Visto americano mais caro: nova taxa pode afastar brasileiros dos EUA
Nova taxa para visto americano aumenta custos para brasileiros em até 130%, impactando turismo, intercâmbio e participação na Copa do Mundo de 2026. Saiba mais.
Em 4 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos sancionou o projeto de lei H.R. 1 – “Um Grande e Belo Projeto de Lei”, que introduz uma nova cobrança obrigatória para emissão de vistos temporários: a Taxa de Integridade do Visto (Visa Integrity Fee), no valor de US$ 250. A medida impacta diretamente brasileiros que desejam viajar ao país para turismo, estudo, intercâmbio ou trabalho temporário, e já causa reações no setor de viagens e educação internacional.
A nova medida tem um impacto direto no Brasil. Atualmente, a taxa para solicitação do visto (MRV) é de US$ 185. Com a inclusão da nova cobrança, o custo total aumenta significativamente:
- Taxa MRV: US$ 185
- Taxa de Integridade do Visto (Visa Integrity Fee): US$ 250 (cobrada somente após a aprovação do visto)
- Formulário I-94 (registro de entrada e saída dos EUA): US$ 24
Com isso, o valor estimado total chega a US$ 459, aproximadamente R$ 2.550, considerando a cotação de julho de 2025. Esse montante representa um aumento superior a 130% no custo final, sem incluir despesas adicionais como transporte, hospedagem e documentação.
O aumento das taxas de visto americano já começa a refletir diretamente no comportamento dos brasileiros que planejam viajar para os Estados Unidos. Diversos setores, como turismo, intercâmbio, trabalho temporário e grandes eventos internacionais, já sentem os primeiros efeitos dessa mudança.
No turismo, agências brasileiras relatam uma queda de até 18% nas buscas por viagens para os EUA. Esse impacto é especialmente sentido por famílias e turistas que estão tirando o visto pela primeira vez, pois o custo total pode ultrapassar R$ 2.500 por pessoa, sem contar despesas adicionais com passagens aéreas e hospedagem.
No campo do intercâmbio e do trabalho temporário, estudantes, profissionais de tecnologia, intercambistas e freelancers terão que arcar com um valor cerca de R$ 1.400 maior do que anteriormente. Esse aumento significativo pode desestimular a participação em programas educacionais e profissionais nos Estados Unidos.
Além disso, a alta nas taxas coloca em risco a participação brasileira na Copa do Mundo de 2026, que será sediada nos EUA. Especialistas alertam que o aumento no custo do visto pode reduzir a quantidade de torcedores brasileiros presentes no evento, impactando negativamente a procura por pacotes turísticos, ingressos e hospedagem, além de afetar o fluxo de divisas gerado por esses visitantes.
Outro ponto preocupante é a desigualdade regional no acesso ao visto. Brasileiros que moram longe dos consulados, especialmente em cidades do interior, já enfrentam custos elevados para se deslocar até capitais como São Paulo, Brasília ou Rio de Janeiro. Com o acréscimo das novas taxas, o valor total para obter o visto pode ultrapassar R$ 5.000 a R$ 6.000, tornando o processo ainda mais inacessível para muitas famílias brasileiras.
Quando a nova taxa entra em vigor?
A expectativa é que a cobrança comece a valer a partir de 1º de outubro de 2025, com o início do ano fiscal americano de 2026. No entanto, a data exata dependerá da regulamentação pelos órgãos responsáveis, como o Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Interna (DHS).
Quem será afetado?
A nova taxa incide sobre a maioria dos vistos de não-imigrante, como:
- Turismo e negócios (B-1/B-2)
- Estudantes (F/M)
- Intercambistas (J)
- Trabalhadores temporários (H-1B, L-1, entre outros)
Ficam isentos apenas diplomatas (vistos A e G) e turistas de países que participam do programa de isenção de vistos (Visa Waiver), o que não inclui o Brasil.