‘Não podemos permitir’ declarou deputado Ubaldo sobre ameaças a prefeita de Parnamirim
Assembleia do RN apoia prefeita Nilda Cruz após ameaças de morte e ataques racistas; caso gera comoção e é investigado pela Polícia Civil

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte manifestou, nesta semana, apoio unânime à prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz (SDD), que tem sido alvo de ameaças de morte e mensagens com conteúdo racista. O caso, considerado grave pelas autoridades estaduais, mobilizou a Casa Legislativa e já está sob investigação da Polícia Civil.
O episódio foi levado ao plenário pelo deputado estadual Ubaldo Fernandes (PSDB), que denunciou os ataques e destacou a trajetória de superação da prefeita. “Essa mulher, que veio de família humilde, foi costureira, professora, vereadora e hoje comanda uma das maiores cidades do estado, está sendo alvo de um absurdo: ameaças de morte e preconceito racial”, declarou. Ele cobrou ações imediatas da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed) e da Polícia Civil para apurar os fatos.
O apoio à gestora foi reforçado por outros parlamentares, como o deputado Tomba Farias (PL), que falou em nome dos 24 deputados da Casa. “Fatos como esse não podem acontecer mais no nosso estado. Nossa solidariedade é unânime: estamos ao lado da prefeita Nilda”, afirmou.
As ameaças, segundo Nilda Cruz, vêm sendo enviadas há cerca de duas semanas por meio de seu WhatsApp pessoal. Entre as mensagens recebidas, estão ofensas de cunho racista e ameaças explícitas de assassinato. Em um dos trechos, o criminoso a chama de “macaca” e promete matá-la em até dez dias, afirmando: “Já estou contando as balas”.
Em outro ponto das mensagens, o autor ameaça invadir uma escola atirando e diz querer matar “negros, viados, bixas e macumbeiros”, revelando motivações marcadamente racistas, homofóbicas e intolerantes.
Diante das ameaças, a prefeita passou a contar com escolta armada fornecida pela Guarda Municipal de Parnamirim. Um boletim de ocorrência foi registrado, e o caso está sendo apurado pela Delegacia Especializada no Combate a Crimes Raciais, Intolerância e Discriminação (Decrid).
A governadora Fátima Bezerra (PT) também se pronunciou sobre o caso. Em suas redes sociais, classificou as ameaças como “absolutamente inaceitáveis” e garantiu que as investigações serão conduzidas com prioridade e rigor. “Não há espaço para o ódio e a intolerância no nosso estado. Os responsáveis por esses crimes serão identificados e punidos”, declarou.
A governadora informou ainda que já acionou o secretário de Segurança Pública, coronel Araújo, e a delegada-geral da Polícia Civil, Ana Cláudia Saraiva, para dar início imediato às investigações.
O caso gerou forte comoção pública e reforçou o debate sobre segurança de agentes públicos, racismo estrutural e discursos de ódio nas redes sociais.