STYVENSON NO PSDB É A PROVA QUE O TEMPO É A RESPOSTA DE TUDO
POLÍTICA | Styvenson no PSDB representa não apenas uma mudança partidária, mas também um simbolismo profundo sobre como o tempo molda os caminhos políticos.
Wosley Casado
JE/redação
E
m postagem nas redes sociais Styvenson disse que mudou de partido, mas não os princípios. Partido tem princípios? Quando surgiu na cena pública pela Rede Sustentabilidade, Styvenson era apresentado como um “pano branco” em meio à lama da política tradicional. Seu discurso inicial era claro: distância dos velhos métodos e das figuras enraizadas no poder. No entanto, ao longo dos anos, seu percurso revelou mudanças sutis. A migração para o Podemos já indicava certa flexibilização de “princípios”, enquanto sua candidatura ao governo estadual em 2022, marcada pela recusa ao fundo eleitoral, mostrou um político que, apesar de crítico ao sistema, ainda buscava espaço dentro dele, agora mirando os votos da estrema direita, atacando sistematicamente o PT e o governo Fátima, colocando panos frios nos absurdos da classe política corrupta e mentirosa que ele estava a mesa.
Essas reviravoltas e metamorfoses, mais uma vez surpreende com a filiação do senador Styvenson ao PSDB. O partido, outrora liderado pelo ex-ministro Rogério Marinho e hoje comandado “a ferro e fogo” pelo presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, carrega em sua história um peso significativo de acusações de corrupção e fisiologismo. Nesse contexto, a entrada de Styvenson no PSDB representa não apenas uma mudança partidária, mas também um simbolismo profundo sobre como o tempo molda os caminhos políticos até do mais combativo.
Styvenson, que iniciou sua carreira política como um crítico ferrenho tudo e a todos, ao ingressar no PSDB pode ser interpretado como uma contradição aos valores que ele defendia. O combate à velha política parece ter dado lugar a uma realidade mais pragmática, onde para manter-se no poder e no jogo político exige concessões sabe lá quais. Essa mudança levanta questões importantes sobre até que ponto o senador estará disposto a compactuar com essas práticas em favor de uma possível vitória ao governo do RN, mas não se esqueça de Allyson, Zenaide, Walter Alves… Será ele capaz de trazer um ar de “moralidade” ao PSDB ou acabará sendo tragado pelo mesmo sistema que antes criticava? O tempo dirá! O PSDB, cheio de dinossauros, sugere que o fisiologismo continuará a ser uma sombra constante em sua trajetória política. No caso do PSDB, partido ao qual o senador Styvenson Valentim agora se filiou, as acusações de fisiologismo são recorrentes. Ao longo das últimas décadas, o partido foi associado a escândalos de corrupção, como os envolvendo figuras de destaque em seus quadros, como Aécio Neves e José Serra.
O tempo será o grande juiz dessa trajetória. Será Styvenson capaz de manter algum traço de sua postura inicial ou se tornará mais um membro da velha guarda? A resposta está nas urnas – e no legado que ele deixará para o eleitorado.