PREFEITA NILDA VISITA QUILOMBOLAS DE MOITA VERDE E CONVERSA COM MORADORES
COMPROMISSO: Na oportunidade da sua presença naquela comunidade, a prefeita eleita reforçou que sua gestão se fará presente com a implementação de políticas públicas.
A presença da professora Nilda na Comunidade Quilombola Moita Verde, na manhã desta terça-feira, 19, não só foi uma celebração antecipada pelo Dia da Consciência Negra, comemorado neste dia 20 de novembro, mas uma homenagem à preservação da memória e das tradições culturais de uma das mais expressivas comunidades quilombolas do Rio Grande do Norte. A futura gestora do município dialogou com moradores relatando sua história de vida, também visitou a casa de Maria Nazaré Marques de Moura, que é um símbolo da resistência e resiliência dos Quilombolas parnamirinenses.
Dona Nazaré faleceu em 2021 aos 109 anos de idade, deixando um protagonismo inenarrável das lutas das mulheres quilombolas potiguares. Ela recebeu diversas homenagens, seus filhos Francisco de Assis, Francisco Canindé, José Moisés, Pedro da Silva e Iêda da Silva Seabra estão dando continuidade ao legado deixado por dona Nazaré.
LEGADO HISTÓRICO: Familiares de dona Nazaré receberam a prefeita eleita professora Nilda para uma roda de conversa no Quilombola Moita Verde.
TRAJETÓRIA NA EDUCAÇÃO: Enquanto vereadora de Parnamirim (2017-2020), Nilda criou e incentivou diversas manifestações a favor da educação, cultura e esporte que permanecem na memória dos parnamirinenses.
PODER PÚBLICO ABANDONOU OBRA
A falta de infraestrutura urbana, saneamento e equipamentos de esporte e lazer naquela comunidade é um dos principais problemas relatados, uma obra de urbanização teve início já alguns anos atrás passando por vários gestores, mas apenas uma lagoa de captação de águas pluviais existe no local, abandonada pelo poder público. (Veja as imagens). Na oportunidade da sua presença naquela comunidade, a prefeita eleita reforçou que sua gestão se fará presente com a implementação de políticas públicas que tragam mais dignidade aos quilombolas, deixando os moradores da comunidade muito esperançosos.
“A prefeita Nilda está mostrando o que é ser um governante com humanidade no coração. É a primeira vez que um prefeito visita a nossa comunidade antes mesmo de tomar posse, conhecendo de perto nossa história, nossa luta e necessidades como cidadãos que somos de Parnamirim. Só temos a agradecer a nossa prefeita pela visita ilustre”, afirmou o morador, Wellington Seabra dos Anjos.
A partir dessa visita, a gestora se mostrou sensível e se emocionou, e ao mesmo tempo reconheceu a resistência dos moradores para superar as adversidades impostas pelo isolamento e ostracismo a que foram historicamente relegados. “Para mim foi uma honra poder ter acompanhado a história de vocês, foi um prazer, uma alegria muito grande vir até aqui nessa comunidade que tem muita história e que precisa ser preservada”, declarou Nilda, que além do diálogo a cerca do legado dos Quilombolas, ressaltou que projetos voltados aos jovens e adolescentes da comunidade estarão em sua agenda de governo.
PRESERVAR A IDENTIDADE
Neste Dia da Consciência Negra, Nilda que foi a primeira mulher negra a ser eleita vereadora e, recentemente, a primeira prefeita eleita de Parnamirim, chama a atenção da sociedade para desmistificar preconceitos e valorizar o povo negro, a sua história, legado e cultura ao longo dos séculos. “É urgente que os governos valorizem suas características físicas, a história de seus antepassados, fortalecendo seu sentimento de pertencimento à sociedade e combatendo a marginalização e a falta de oportunidades”, afirmou a prefeita.
A comunidade quilombola do municipio de Parnamirim sofre com o descaso de governos, com o agravante de sofrerem com o preconceito racial e a quase total falta de oportunidades ao longo de toda a sua trajetória na cidade “Trampolim da Vitória”. Inteligentemente a prefeita Nilda faz o seu papel abraçando essa causa como forma de atuar para minimizar as violações sofridas pelas minorias e quanto mais vulnerável um povo, como o quilombola, mais firme deve ser essa atuação.
É preciso enfatizar que, apesar do território ser elemento central para as comunidades, não se deixa de ser quilombola por estar fora dele, assim como não se deixa de ser indígena por estar fora de sua aldeia. Como mulher negra Nilda dá mais uma lição e uma nota 0 para o preconceito. Viva os povos negros, viva as minorias. VIVA O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA!
Da redação – Por Genilson Souto.