Operação Grammer: TJRN acata denúncia contra sete pessoas

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte acatou a denúncia contra sete pessoas acusadas de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro relacionado à abertura de esmalterias. A decisão é um novo desdobramento da Operação Grammer, deflagrada em abril, que agora segue para a fase de ação penal.
O Ministério Público (MPRN), em conjunto com a Polícia Civil, ofereceu a denúncia. As investigações apontam que entre 2017 e 2020, o grupo movimentou recursos financeiros proveniente de atividades criminosas, como tráfico de drogas, furto qualificado e sonegação fiscal.
Os investigadores descobriram que o financiamento para abrir pelo menos quatro esmalterias nas cidades de Natal e Parnamirim. A Justiça destacou que a denúncia foi acompanhada de provas substanciais sobre a materialidade e autoria dos crimes, justificando o início da ação penal.
Mais de R$ 7 milhões em movimentações financeiras
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou a operação Grammer no dia 25 de abril. A ação, fruto de uma investigação conjunta com a Polícia Civil potiguar, mira um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a abertura de esmalterias no Estado. As diligências foram cumpridas nas cidades de Natal, Parnamirim e Areia Branca.
Somente entre os anos de 2017 e 2020, foram movimentados mais de R$ 7 milhões nas contas bancárias dos empreendimentos de beleza, cujos valores decorreram, em parte, de atividades criminosas relacionadas a tráfico de drogas, furto qualificado e sonegação fiscal.
O termo Grammer faz referência a influenciadores digitais que utilizam das mídias sociais para angariar seguidores e divulgar seus produtos e serviços.
A operação contou com o suporte da Polícia Militar, resultando no cumprimento de um mandado de prisão preventiva e outros 13, de busca e apreensão. Promotores de Justiça, servidores do MPRN e policiais militares estiveram envolvidos na operação.
As investigações revelaram que o financiamento para a abertura de, pelo menos, quatro esmalterias nas cidades de Natal e Parnamirim tem origens ilícitas, vinculadas a explosões de caixas eletrônicos, tráfico de drogas e sonegação fiscal. Essas atividades foram coordenadas por um homem com um extenso histórico que inclui porte ilegal de armas, participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e furto qualificado.
Atualmente, esse homem está cumprindo pena no sistema prisional do Rio Grande do Norte. A ex-mulher dele, empresária que detém a propriedade das esmalterias, é uma influenciadora digital no ramo da beleza. As investigações comprovaram que ela estava plenamente ciente da proveniência ilícita dos fundos que impulsionaram seu negócio.