BRASIL

O feriado é dele, mas quem foi Tiradentes?

Hoje é dia dele, o alferes da cavalaria, dentista, comerciante, minerador e ativista político Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes.

Um rebelde condenado à morte, traído por um de seus companheiros. Lembrou da história de alguma outra figura histórica?⁠

Diante da necessidade de dar um rosto ao herói da pátria, que havia sido executado 100 anos antes, em 21 de abril de 1792, sem ter deixado retratos, a semelhança com a trajetória de Jesus Cristo ganhou também contornos artísticos. ⁠

“Um herói nascido na região centro-sul do país, que morreu sem pegar em armas, traído por um amigo, o Silvério dos Reis, à semelhança da trágica histórica de Jesus Cristo”, aponta o historiador André Figueiredo Rodrigues, professor na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e autor do livro Em Busca de Um Rosto: a República e a Representação de Tiradentes.⁠

“Não havia representação visual de Tiradentes e os artistas tiveram liberdade para desenhá-lo como desejaram. Um país católico, com um herói com traços nazarenos, inventados por artistas desde o nascimento da República: Tiradentes, iconograficamente, venceu. Sua escolha não foi aleatória”, acrescenta ele.⁠

Uma escolha, sim. Afinal, não foram poucas as revoltas, motins e rebeliões ocorridas no Brasil colônia nas décadas de antecederam a independência. Mas enquanto boa parte desses ativistas permaneceram anônimos e mesmo os episódios são pouco abordados, a chamada Inconfidência Mineira é assunto conhecido por todos — e Tiradentes tornou-se um ícone nacional, a ponto de até merecer feriado.⁠

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