VILMA LEÃO: Greve dos professores e servidores da assistência social: “não é apenas por salário”.
ALERTA: “Os secretários de Gabinete Civil e de Finanças, Homero Grec e Giovani Júnior, são os porta vozes da gestão e são os responsáveis por dialogar com o sindicato, ou seja, são as vozes frias treinadas para não ceder e em momento algum reconsiderar a proposta”.
O movimento grevista luta pela educação pública e, portanto, luta por milhares de crianças que frequentam a rede municipal de ensino no município de Parnamirim. O grito de alerta do SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE PARNAMIRIM-RN, serve de exemplo porque visa demonstrar que não se trata apenas de ‘mais dinheiro para a educação’ ou de ‘melhorias salariais’, mas vai mais além, pois trata-se de promover uma educação pública e democrática, rejeitando a política meritocrática e seus mecanismos de avaliação pedagógicos, completamente atrelados aos fundos de recursos públicos respeitantes à educação, que pensa, portanto, antes em estatísticas e seu aproveitamento político do que nas reais condições de efetivação da educação pública.
Em entrevista ao Jornal do Estado, a coordenadora geral do SINTSERP, Vilma Leão, declara que o movimento grevista de Parnamirim tem como objetivo central a “defesa de uma outra forma de se fazer a educação pública, com qualidade, e de entendê-la, própria e realmente, como um direito”.
Retomando uma das frases de ordem das manifestações do movimento, Vilma enfatiza: “O SINTSERP buscou dialogar exaustivamente para evitar a greve, mas infelizmente a proposta de 6% não contemplou os professores e os demais trabalhadores da educação se somam na luta pela manutenção da jornada de 30h’”.
E para piorar ainda mais o quadro do serviço público na terceira mais rica cidade do Rio Grande do Norte, cerca de 100 servidores da Assistência social também cruzaram os braços. “A categoria luta pelo cumprimento da data base e reajuste pelo menos igual ao dos cargos comissionados do município”, critica a sindicalista.
JORNAL DO ESTADO: Milhares de estudantes amanhecem nesta quinta-feira, 20, fora da sala de aula. De quem é a culpa pela paralisação das aulas no município?
VILMA LEÃO: A obrigação de garantir educação básica é da gestão pública municipal. Está nas mãos do prefeito resolver essa questão. O reajuste do piso salarial do Magistério deveria ter ocorrido em primeiro de janeiro e até o momento está sendo negado.
JORNAL DO ESTADO: Em que consiste a paralisação dos profissionais da educação do ensino em Parnamirim?
VILMA LEÃO: Os professores que iniciaram o ano em meio a um vendaval, além de ataques a direitos, sem o reajuste anual que é a pauta principal da greve. Parnamirim que sempre reconheceu o piso do Magistério desde o ano passado vem retroagindo no discurso e desvalorizando a educação. A jornada dos profissionais não docentes da educação também sofreu retrocessos e esse segmento está inseguro porque a maioria complementa a renda familiar no contra turno e a ameaça de dobrar a jornada para a maioria representa dificuldade para pagar o aluguel e botar comida na mesa. O SINTSERP buscou dialogar a exaustão para evitar a greve, mas infelizmente a proposta de 6% não contemplou os professores e os demais trabalhadores da educação se somam na luta pela manutenção da jornada de 30h. Sem falar que mesmo com 3 secretários a secretaria está à deriva, desorganizada. O adoecimento dos profissionais também é crescente. Além de desvalorizados são perseguidos quando procuram o setor pedagógico.
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JORNAL DO ESTADO: Qual é a proposta do Sintserp para o prefeito Taveira pagar o piso nacional? Todos os professores da rede municipal estão de acordo com essa proposta?
VILMA LEÃO: O SINTSERP segue defendendo a recomposição das perdas acumuladas. O piso para jornadas de até 40h em nível médio é R$ 4420,00.
JORNAL DO ESTADO: Como tem ocorrido o processo de negociação junto ao Poder Executivo de Parnamirim?
VILMA LEÃO: Os secretários de Gabinete Civil e de Finanças Homero Grec e Giovanni Júnior são os porta vozes da gestão e são os responsáveis por dialogar com o sindicato, ou seja, são as vozes frias treinadas para não ceder e em momento algum reconsiderar a proposta. E há quem diga que o chefe de gabinete poderá ser o sucessor de Taveira. Que Deus nos livre desse mal (amém). Nos livre também dos corruptos que vem de Natal querendo IMPACTAR Parnamirim também.
JORNAL DO ESTADO: Por que, as negociações entre o sindicato representante da categoria e o governo municipal têm pouco resultado?
VILMA LEÃO: O diálogo com a gestão sempre trouxe avanços. Do ano passado pra cá é que houve essa reviravolta, passou a ter a figura dos secretários como intermediários e tornou-se difícil avançar.
JORNAL DO ESTADO: Deseja acrescentar algo?
VILMA LEÃO: Além da educação Assistência social também está em greve. A categoria luta pelo cumprimento da data base e reajuste pelo menos igual ao dos cargos comissionados do município.